domingo, 12 de junho de 2011

havemos de nos encontrar, um dia


 

Nesta casa, agora vestida de preto, tudo o que resta de ti são as enormes saudades. A tristeza apoderou-se de nós, e o coração parece que nos vai cair no chão imóvel, cansado e angustiado por não te ter por perto. Eu, estou como que anestesiada para não sentir nada, mas não me parece que esteja a fazer efeito porque a dor que sinto dentro do peito para estar a crescer de hora a hora. Não choro muito, é verdade, mas por favor não penses que sou insensível ou que não gosto de ti, porque te amo muito. Pensa só que tenho uma maneira própria de lidar com a minha dor, e não ando por aí sempre a chorar, mas das poucas vezes que o faço, é porque preciso de aliviar este sofrimento e porque me dói a alma. Tenho pena de não te ter tido dito o quanto gostava de ti, e não te ter pedido desculpa por todas as vezes em te ignorava ou te dizia algo menos bom. Mas lembro-me de todos os bons momentos que passava, e o quão feliz eras quando nos vias todos, os quatro netos, juntos, felizes e perto de ti. Cresci ao teu lado, e eras como uma mãe para mim e agradeço-te por me teres tornado na pessoa que sou hoje . Sei que a partir de agora, brilha mais uma estrela no céu, que vai olhar por mim e protejer-me da melhor maneira que conseguir. Ao estares lá deitadinha, tão sossegada entreguei-te dois objectos e coloquei-os bem junto ao teu pequeno coração que agora já não bate. Peço-te que os guardes para sempre, pois são duas recordaçõs minhas que te deixei de livre vontade. Guarda os dois beijinhos que te dei, para que quando tiveres saudades minhas e sempre que precisares, estejas onde estiveres, teres algo de que te possas recordar e que te possa reconfortar. Não penses que eu me vou esquecer de ti, porque prometo-te que vou estar sempre contigo, onde quer que estejas. Por último, peço-te que nunca te esqueças de mim e do quanto te amo, e peço-te desculpa se algum dia te fiz chorar ou se não te fiz orgulhosa. Mando-te mil beijinhos, e um coração cheio de saudades avó. amo-te sempre

"Sempre por perto, que é certo nem tudo dura. Mas a estrela mais brilhante brilha na noite mais escura"

2 comentários:

  1. Cláudia eu sei que é difícil e apesar de não sermos chegadas (já fomos, lembraste? no 5º e no 6º ano. Eramos amigas até, o que é que aconteceu? :c ) podes contar comigo se algum dia precisares. Sê forte, beijinhos*

    ResponderEliminar
  2. Minha Querida Claudia, aqui estou eu, a ler das tuas palavras doces, e dos teus textos maravilhosos. Este, este está muito triste. Desculpa, de não encontrar alguma beleza nas palavras, mas está muito triste. Mas... mas, gostei de o ler. Deixa-me que te diga, que foi o primeiro blog, que me fez chorar. Chorar pelas palavras que usaste, chorar pelo motivo que descreveste, chorar pela dor que sentes. Sabes? Já alguns anos, também tive esta mesma morte, que agora estás a ter. E já passaram muitos anos, e ainda hoje não acredito, não aceito esta morte. Por mim, ainda hoje, a minha Querida Dona Teresa, minha Querida Avó, está numa viagem enorme, onde por muito cedo, não me pode visitar. Viagem essa, que não me despedi dela, mas que me deu certezas que não tinhas certezas se voltava para mim. Pois bem, é dificil de aceitar uma morte, quanto mais uma morte, de uma pessoa que viu nos nascer, e nos criou até à sua despedida. Eu, ainda hoje sofro imenso, todos os dias, todas as noites. E em cada data especial, que é relembrada com mais força, sinto-me morta, assim , como ela está. A revolta que vive comigo, também vem dai; por me ter deixado. Essa dor, e mais umas quantas, mas essa que fala mais alto que todas as outras, doi muito, e vai sempre doer. Dor essa, que cospe sangue diariamente, e não me deixa seguir com a minha vida para frente. É triste. Mais triste ainda, quando está adormir tão longe, e não poder ir visita-la. Aqui só para nós, conto-te um pequeno segredo, e guarda-o contigo, e talvez que até te ajude: eu, escrevo. não só no blog, mas num livro com muitas, muitas folhas, todas em branco, e escrevo... escrevo sempre que posso. e sempre que escrevo, é sempre nas noites. Sabes para quem? Para a tal estrela que brilha mais que todas as outras! Pois é, com tantos anos já feitos, que passaram por mim, ainda hoje, escrevo para essa estrela. E mais! Falo para o céu, como não existisse minutos na minha vida. E tudo o que sou hoje, toda a força que tenho hoje, foi graças a ela! TUDO O QUE FAÇO, É POR ELA, E PARA ELA.
    Minha Querida Claudia, por conhecer a dor que agora guardas, e saber o que sofres,(talvez não tanto como eu ainda hoje sofre, pois vivia com essa pessoa, e por hoje estar aqui em Arruda, foi graças à sua morte, porque se ainda cá estivesse, nem nos conheciamos), quero dar-te a minha mão, para a usares sempre que quiseres, e para o que quiseres. Estarei aqui, disposta para ti! Não só por isto, mas para sempre, e para tudo. A ligação não é muita, mas esticar uma mão, não tem que haver ligação ou uma bela amizade. Às vezes as amizades, são as que nos desiludam mais depressa. Bem, muitos muitos beijos , cheios de força e com sorte, também!

    ResponderEliminar